À PROCURA DA CENTELHA PERFEITA

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waldir
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À PROCURA DA CENTELHA PERFEITA

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À PROCURA DA CENTELHA PERFEITA
Fonte:Revista O Mecânico Ano XXIX – nº 244 Agosto/2014
[as inserções no texto que fiz são indicadas por [waldir] e não constam da revista O Mecânico citada. Consuma com moderação e discernimento :D no mais, trata-se de uma atualização de assuntos referentes aqui publicados anteriormente.

Em tempos de combustível caro e motores cada vez mais exigentes, uma manutenção preventiva bem feita, de acordo com os prazos determinados pelo manual do veículo, pode gerar uma baita economia lá na frente.

Quando estão em bom estado, as velas de ignição e seus respectivos cabos influenciam diretamente no desempenho do veículo, fazendo com que a queima da mistura ar/combustível dentro dos cilindros seja a mais eficiente possível, gerando a força para a qual o motor foi projetado sem consumir e emitir poluentes mais do que o necessário.

"A influência do sistema de ignição é ainda mais crítica nos novos motores alimentados com injeção direta, que operam com misturas muito pobres no modo estratificado", explica o técnico de ensino do SENAI Vila Leopoldina, Fernando Landulfo.

Mas quando o sistema de ignição tem algum problema, a queima da mistura deixa de ser "perfeita" e o motor começa a pedir mais combustível para gerar a mesma potência de antes. Resultado: marcha lenta irregular, falhas nas retomadas, perda de potência, aumento de consumo e emissão de poluentes, por melhor que seja o combustível utilizado.

"A falta da manutenção nos componentes do sistema de ignição pode comprometer a qualidade da faísca produzida e comprometer outras peças, dificultando a qualidade da queima da mistura ar/combustível na câmara de combustão do motor. Estes problemas podem ocasionar um aumento do consumo de combustível e do nível de emissão de poluentes" declara o chefe de Marketing do Aftermarket Autornotivo da Bosch, Breno Cavalcanti.

Além de poder ser a causa de mau funcionamento, velas e cabos também servem como porta de entrada para o diagnóstico da saúde do motor, já que pode revelar outros problemas inicialmente não relacionados com o estado de suas peças. Por isso, é imperativo que se conheça o sistema a fundo, sabendo como diagnosticá-lo e perceber como o veículo acaba sendo afetado.

“Uma das grandes vantagens da inspeção visual feita por um profissional [ou leigo através de comparativos - waldir] é permitir identificar, pela aparência da ponta da vela, possíveis problemas no motor, como excesso de combustível, infiltração de óleo na câmara de combustão, infiltração de fluido de arrefecimento na câmara de combustão e uso de combustível de má qualidade.

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Ou seja, a aparência da vela diz muito sobre o estado do motor, por isso deve ser priorizada em qualquer revisão preventiva", garante o consultor da Assistência Técnica da NGK, Hiromori Mori.

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Flash Over

Flash Over é o efeito que acontece quando há fuga de corrente entre o terminal do cubo e a vela de ignição, formando um arco voltaico.

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Nessa situação, tanto a vela quanto o cabo ficam marcados por onde percorreu a alta tensão. Assim, o técnico deve substituir as velas e os cabos.
Observe que podem ocorrer entre a torre do transformador e do cabo de ignição, exigindo a troca desses componentes.
Nos cabos de ignição, aparecem riscos esbranquiçados no lado interno do terminal de borracha.

Causas do flash over [waldir - texto abaixo]
- velas de ignição com desgaste acentuado nos eletrodos (ou abertura excessiva) gera alta tensão acima de 30KV
- mistura pobre, principalmente, no GNV
- ponto de ignição atrasado
- folga excessiva entre os eletrodos da vela
- presença de resíduo/sujeira, umidade (água); cabos de má qualidade; folga entre a capa protetora de borracha do cabo de ignição e a superfície do isolador cerâmico da vela e/ou torre da bobina/transformador.
- taxa de compressão elevada

Vela de ignição
Uma peça comum a todos os motores de Ciclo Otto, a vela tem a função de gerar a centelha que faz a mistura ar/combustível queimar dentro da câmara de combustão.
Não existe uma manutenção preventiva específica que possa ser feita para recuperar uma parte da peça em si, mas é recomendável uma inspeção visual a cada 10 mil km, ou 12 meses, para examinar seu estado. O uso de uma vela desgastada [ou com gap de 1.1- waldir] força a bobina, o que pode reduzir a sua vida útil, assim como provocar falhas de ignição, ressalta Hiromori.

Por meio da inspeção visual, pode-se identificar o desgaste dos eletrodos e a condição de queima. No caso das velas resistivas, o momento também pode ser aproveitado para medir a resistência.

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A medição da resistência das velas deve ser medida entre a
posição 1 Terminal de conexão elétrica e a posição 9 Eletrodo central, sem encostar na posição 10 Eletrodo Massa.

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Cabos de ignição

A função do cabo de ignição é conduzir a alta tensão gerada pela bobina até as velas de ignição, onde a centelha será gerada no eletrodo.
Assim como no caso da vela, não existe um procedimento preventivo de substituição de partes de um cabo, mas sim a inspeção visual.
Hiromori, da NGK atenta para o fato de que, com o aquecimento do motor, os componentes de borracha sofrem um ressecamento natural e que provoca a degradação da borracha com o tempo.

O diagnóstico da inspeção visual é capaz de identificar sinais de flash-over, além de oxidação nos conectores, cortes na capa de borracha dos terminais e cabos, sinais de ataque químicos de lavagem do motor e ressecamento dos fios e terminais de borracha. “Também deve se medir a resistência dos cabos de ignição, pois cada cabo possui um valor específico”, diz o especialista Hiromori.

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viewtopic.php?f=15&t=28628

Não deixe de limpar os conectores da vela e da tampa do distribuidor. Verifique se há corrosão ou azinhavre dentro das torres da tampa do distribuidor antes de instalar novos cabos ou durante uma inspeção preventiva, além de verificar o 'carvão' central que faz contato com o rotor(cachimbo) do distribuidor e examine-o cuidadosamente com lupa e iluminação quanto a trincas do plástico que podem levar a fuga de alta tensão para o eixo do distribuidor.

O uso de uma vela desgastada [ou com gap de 1.1- waldir] força a bobina, o que pode reduzir a sua vida útil, assim como provocar falhas de ignição, ressalta Hiromori.

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Aproveitando o gráfico da NGK que aponta para o desgaste acima de 1,0mm de gap nas velas solicita mais da Bobina de Ignição, eu inseri um gap de 1,1 que no manual do proprietário prevê a aplicação de velas com abertura de 1,0 a 1,1mm.

Observo que havia nos primórdios do Monza apenas uma tecnologia: eletrodo massa em L de niquel-cromo e inclusive o eletrodo central e bobina asfáltica que 'rendiam' no máximo 30 Kv ( 1,1mm demanda em torno de 20 Kv)

A partir de 92 passou-se a usar a bobina plástica e surgiu também na época novas tecnologias na vela de ignição: eletrodo central de cobre e outras ligas de prata e níquel-ítrio e atualmente irídium. Somando-se a isso o eletrodo massa ganhou nova conformação em V invertido nas velas Bosch e o eletrodo central da NGK em V com isso a centelha 'pula' do eletrodo central para as laterais do eletrodo massa, melhorando a ignição.

O eletrodo massa em L provocava uma redução na centelha tornando a ignição deficiente. A GM na época optou por aumentar o gap até 1,1mm para melhorar a ignição e em contrapartida a bobina de ignição tinha que aguentar o tranco.

Hoje, mantendo o gap de 0,8mm a demanda da bobina fica entre 12Kv à 17Kv prolongando sua vida devido menor aquecimento.


waldir
20.09.14
Editado pela última vez por waldir em 22 Set 2014, 19:14, em um total de 3 vezes.
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saul jorge
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Re: À PROCURA DA CENTELHA PERFEITA

Mensagem não lida por saul jorge »

Muito bom esse material.
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Ederlani
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Re: À PROCURA DA CENTELHA PERFEITA

Mensagem não lida por Ederlani »

Tópico precioso, fique 27 minutos com um engenheiro da NGK no telefone para tirar umas dúvidas, e lendo o texto, foi bem bacana, pois o tempo todo vi as informações se cruzarem,

Parabéns Waldir!
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