Carros velhos são a bola da vez
Enviado: 05 Nov 2007, 13:27
Carros velhos são a bola da vez
Resumo da Notícia: Os modernos sistemas de alarme instalados nos modelos mais novos transformam os veículos anteriores a 2002 no alvo predileto de furtos. Por: GISELE LOEBLEIN.
Com o desenvolvimento de novas tecnologias, que permitem que um veículo já saia de fábrica com proteção extra contra furtos, os bandidos especializados nesse tipo de ação tomam como alvo os carros de fabricação mais antiga.
- O furto, hoje, ocorre basicamente em modelos mais antigos e normalmente se presta ao desmanche. Inclusive para manter a frota mais antiga funcionando, já que muitas peças não são mais fabricadas - avalia o titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), Eduardo de Oliveira César.
No furto, não existe o uso da violência. O dono deixa o carro estacionado em algum local e, quando volta, não o encontra mais.
Fabricados antes de 2002
Ao falar em mais antigos, o delegado se refere a veículos produzidos antes de 2002. A partir dessa data, começaram a se multiplicar os exemplares com códigos de segurança, que não permitem a ligação direta - recurso usado pelos ladrões para o furto.
Se for antigo e bem conservado, então, o veículo tem ainda mais chances de chamar a atenção do ladrão.
Técnicas antigas, mas funcionam
De acordo com os vendedores de alarmes para veículos, Uno, Palio e Corsa são os modelos mais visados.
Valendo-se de táticas também antigas, como a chave mixa (chave falsa usada para abrir e ligar veículos) e a ligação direta, os ladrões gastam em torno de um minuto para levar o carro.
Precaução é importante
Segundo a polícia, quem furta carros normalmente age já com uma encomenda em mãos. O criminoso percorre as ruas, procurando o veículo desejado. Nem a presença de alarmes consegue inibir a ação, já que alguns deles conseguem ser desativados pelos ladrões.
Para o delegado Eduardo César, porém, a proteção não é em vão:
- É importante colocar todo tipo de recurso que possa dificultar a ação dos ladrões, porque eles sempre vão levar o veículo que oferece mais facilidade.
"Impossível não é, mas dificulta"
O técnico em eletrônica Alfredo Júnior, 43 anos, já teve o som do carro furtado, apesar de o veículo, na época um Fiat Uno, contar com alarme.
- Eu ouvi o alarme tocar, mas achei que não fosse do meu carro - confidencia ele.
Para o técnico, porém, os dispositivos de segurança são importantíssimos. Hoje, o carro dele, um Tempra 97, conta com alarme de fábrica e corta-corrente.
O instalador de móveis Marcelo Soares Couto, 41 anos, já comprou o carro, um Chevette ano 93, com o corta-corrente. Ainda assim, não dispensa o uso da tranca.
- Impossível de levarem não é, mas dificulta - opina ele.
Da tradicional corrente até o satélite
Para Marciano Lucini, 36 anos, dono de uma loja de equipamentos de segurança, as tradicionais correntes e as trancas de direção - com preço médio entre R$ 30 e R$ 45 - são os itens mais procurados, principalmente pelos donos de veículos mais antigos e mais simples.
Alarmes com sensores de aproximação (em torno dos R$ 300) - que acionam o corta-corrente caso o dono do carro se afaste uma determinada distância - também têm feito sucesso.
O instalador de alarmes Christian Fernandes, 30 anos, confirma que a procura pelos corta-correntes (preço médio de R$ 50) tem sido grande.
Apesar do preço salgado - entre R$ 600 e R$ 700, mais a mensalidade em torno de R$ 90 - , o GPS (rastreador por satélite), capaz de localizar o veículo em qualquer parte do planeta, já começa a ser procurado. - Só nesta semana, instalei três - afirma Christian.
Sofisticação leva ao roubo
O desenvolvimento de dispositivos de segurança cada vez mais eficazes implicou em uma migração para outro tipo de crime: o roubo de veículos (quando há uso de ameaça e a vítima está presente).
Para burlar os equipamentos de proteção, principalmente nos modelos mais novos, bandidos passaram a atacar as vítimas no momento em que elas chegam no estacionamento ou estão dentro do veículo.
Outras opções
- A chamada tranca multilock é acoplada à caixa de câmbio e impede a mudança de marcha.
- A capa para a bateria impede que os ladrões tenham acesso aos cabos (evitando que eles sejam cortados, para desativar o alarme).
- Já existem empresas que fazem a gravação do número de chassi em baixo relevo em diversas partes do carro. O objetivo é inibir o desmanche.
Não estimule o crime
- Faça uso de equipamentos de segurança.
- Sempre que possível, deixe seu veículo em estacionamentos fechados. Na rua, escolha um local movimentado e bem iluminado.
- Ao estacionar seu carro, verifique se ele está bem fechado.
- Evite deixar expostos equipamentos de som e objetos de valor.
Fonte: Diário Gaúcho