Diego Paiva escreveu:Eu não paro ele na rua... Em todos os locais que vou, ou deixo em estacionamento, ou garagem particular

Isso evita um monte de problemas, tais como:
- bicicletas, crianças ou flanelinhas que riscam o carro;
- caminhão que espalha respingo de concreto;
- panfletos de mercados que estragam as palhetas do limpador;
- cusparadas da molecada que anda no trenzinho do papai noel em todo final de ano;
- furto de emblemas, antena, calotas ou tampinha da válvula de calibragem dos pneus;
- amassadinhos na placa dianteira, pelos rabichos dos Golzinhos 1.0 95 de sítio, que estacionam na vaga posterior etc
Moramos num país, de um modo geral, sem cultura. Quando se deparam com um carro antigo bem conservado, um carro 0km, cabine telefônica de vidro, luminárias novas, banheiros públicos limpos, muros com pintura nova, não tem jeito. Tudo é destruído! O cara tem o capricho de levantar a antena de um carro só para amassá-la. Nos anos 80, mesmo com uma geração mais educada que hoje, já se oferecia no comércio antena automotiva elétrica ou manual com chave para evitar estas coisas.
Meu tio é médico e no ano de 1987, comprou uma Caravan Comodoro SL/E 0km 88, Bege Arpoador Metálico e interior marrom monocromático. Foi encomendada por catálogo, escolhido cada detalhe a dedo. Levou 1 mês para chegar. Quando chegou, fui com ele (eu tinha 10 anos na época) buscá-la na concessionária da GM. Isso foi no dia 02.10.87, às 17h. Duas horas depois, às 19h, meu tio recebeu um telefonema do hospital com a informação de que havia ocorrido um acidente grave de moto na rodovia e que o motoqueiro estava chegando de ambulância. Meu tio pegou a Caravan, foi correndo para o hospital e lá chegou antes da ambulância. O motoqueiro chegou, foi levado às pressas para o centro cirúrgico, onde meu tio o aguardava com a equipe, para dar início à cirurgia de emergência na perna, que estava com uma fratura exposta, quase amputada. Graças a Deus, o motoqueiro não perdeu a perna. Três horas depois, por volta de 22h, a cirurgia foi concluída com sucesso e o cara sobreviveu, apesar de quase perder a perna e da quantidade de sangue que perdeu. Ao sair do hospital, meu tio foi pegar a Caravan, ainda sem placa, e a encontrou com o capuz do motor todo riscado por um prego. O risco foi suficiente para varar a pintura e chegar à lataria crua.
No Monza SL/E 89/89 0km do pai de um amigo meu, foi a mesma coisa. Parou para pagar uma conta e quando voltou, encontrou escrito no capuz do motor, também com o uso de um prego, a palavra "Buc.. ta". Ele quase chorou neste dia!
Quando puderem, vejam isso:
http://www.youtube.com/watch?v=J9fVvgvLID8
É claro que os carros foram feitos para serem usados. Mas, com carro 0km e carro antigo, todo cuidado é pouco. Por isso, temos que preservar, sim, os nossos carros, principalmente os antigos, colecionáveis.
Abraço