Felipe Lichirgu escreveu: ↑17 Abr 2020, 00:49
Boa noite, nobres!
Quanto ao ajuste do potenciômetro de CO, após inúmeras mexidas e testes ao longo dos anos cheguei as seguintes conclusões, onde algumas coincidem com a do colega Luiz Carlos:
i) Em regra não se mexe no ajuste. Se faz a manutenção normal e por último verifica e, eventualmente, ajusta. O correto é usar um analisador de gases, como todos nós estamos exauridos de saber.
ii) O ajuste é algo muito singelo. De fato, no sistema EFI a regulagem mais significativa da mistura reside no ajuste do regulador de pressão de combustível. De fábrica, sai com 2,0 bares exatos. Hoje tenho um dispositivo digital de precisão (três escalas decimais após a vírgula), que me permite ajustar com precisão o regulador. Fiz isso nos dois Monzas, recentemente. Antes, dispunha somente do analógico que ao marcar 2,0 bar, na verdade não chegava a 1,95bar. Apesar que existe uma tolerância de 1,9~2,1 bar, no ajuste. Diante disso, cheguei a conclusão que 0,05bar no ajuste faz diferença. É mais perceptível a diferença de 0,1bar, pois há mudança no comportamento do motor.
iii) Meu Monza a gasolina não opera bem com valores baixos de tensão no potenciômetro de CO, tal qual o do Luiz Carlos. O melhor ajuste no meu carro, reside em 3,20 volts (creio que foi ajustado com analisador e chegou a este valor). Com 2,60 volts (tensão original dele) funciona ainda bem, digamos. Com 2,0, 1,8, 1,5 volts, começam as pequenas falhas na marcha lenta e uns "tuf" esporádicos no escapamento. O irmão movido a álcool, o melhor ajuste dele é em 1,50 volts, somente. Pega rápido, com bom consumo e desempenho. CONSIDERANDO que AMBOS os carros estão com o mesmo ajuste de pressão (exatos '2,000' bares, por mim), ponto de ignição em 10º APMS (conferidos por mim, com a pistola) com as marcas do distribuidor, de ambos, casadas, as manutenções são seguidas a rigor da mesma maneira e ambos os motores são originais, sem retífica.
iv) Descobri uma forma de ajustar o CO caseira, pela leitura do sensor MAP em marcha lenta. Partindo do princípio que quanto mais vácuo produz um motor em marcha lenta e regimes de cruzeiro, melhor está sendo sua eficiência, mexi no potênciometro de CO com o multímetro ligado na saída (fio B - Verde) do sensor MAP. Segundo os manuais e uma equação, quanto menor a tensão de retorno do sensor MAP, maior o vácuo. Posto isto, ao abaixar a tensão para 1,5v, o sinal do MAP foi para 1,2~1,27v (com oscilações maiores). Em 2,0v, ficou em média de 1,20v. Com 2,60v, em 1,11~1,16v. Ao chegar em exatos 2,94v, a tensão caiu abruptamente para 1,05v. Oscilando até 1,08v. Em 3,20v, se mantém fixa entre 0,98~1,0v, quase sem oscilar. Subi para valores maiores e começou a subir a tensão do MAP (consequente queda de vácuo). Diante disso, conclui que a tensão de 3,20v seria o "melhor(?) ponto", de fato para o meu motor (gasolina). No álcool cheguei na mesma tensão em 1,50v.
Com esses dados, resolvi calcular o vácuo do motor com a equação, acima mencionada:
Vácuo (mmHg) = 143,75 * tensão MAP (volts) - Pressão Atmosférica local (mmHg)
Segundo uma literatura que tenho, que inclusive o usuário que criou o Scanner Caseiro, qual o Luiz Carlos se referiu, existe menção da equação acima e de que o vácuo ideal produzido pelo motor seria de 530 à 555mmHg.
Por exemplo, no caso do meu Monza a gasolina
a) com 1,50v no potenciômetro de CO, o sinal do sensor MAP em marcha lenta estava em 1,25v, num termo médio. Sendo assim,
Vácuo (mmHg) = 143,75 * 1,25v - 685mmHg (pressão atmosférica de Curitiba/PR, em média)
Vácuo = 505,31mmHg --> Vácuo BAIXO.
b) com 3,20v no potenciômetro de CO, o sinal do sensor MAP ficou 0,99v, em média. Sendo assim,
Vácuo (mmHg) = 143,75 * 0,99v - 685mmHg
Vácuo= 542,68mmHg --> Vácuo ALTO e BOM!
Diferença de desempenho entre as duas tensões: algo muito singelo, na prática. Isso confirma que o ajuste de CO é perceptível nesses testes como eu fiz.
v) Com isso, confirma-se todas as teorias e práticas sobre o potenciometro de CO. Confirma, também, que deve ser um ajuste final. Para ter maior precisão no cálculo, sugere-se que verifique a pressão atmosférica local, em razão das diferenças de pressão devido a altitude. Pois o sensor MAP atua como um altímetro, também.